sábado, 3 de janeiro de 2015

#UMAPALAVRINHA SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


     Não sei se você acredita que um dia viveram homens da caverna aqui nesta Terra, juntamente com dinossauros e tudo o que faz parte do período pré-histórico. Mas o fato é que muitas histórias em quadrinhos, desenhos animados e outras formas de ficção nos apontam que a violência contra a mulher é muito mais antigo do que a gente pensa. Pelo que as histórias nos dizem, o homem para casar-se com uma mulher simplesmente a escolhia e batia com uma clava de madeira em sua cabeça. Uma vez inconsciente, a mulher era arrastada pelo futuro marido pelos cabelos até a caverna onde então a partir daquele momento, seria o lar daquela mulher. A opinião da mulher não tinha a menor importância, muito menos os seus sentimentos. De acordo com essa cultura, se a mulher morresse com a pancada da clava, significava apenas que ela não seria a esposa perfeita para homem nenhum. Portanto, sua vida não tinha o menor significado. Se observarmos a realidade de hoje em dia de algumas famílias, podemos ter a ideia de que essa realidade das cavernas pode mesmo ter sido realidade, pois o modo como algumas mulheres em nosso século são tratadas é realmente de se fazer vergonha. Todos os dias em nossos noticiários somos obrigados a ver no mínimo dois casos de violência contra a mulher. Seja violência verbal, seja violência física e algumas vezes, até homicídios. O índice desse tipo de violência se tornou tão grande e assustador que as delegacias de polícia não puderem mais dar conta de tantos casos, sendo criada assim a Delegacia da Mulher.
         Em uma tentativa de aumentar a proteção das mulheres brasileiras contra a violência, foi criada em Setembro de 2006 a Lei Maria da Penha, que já puniu no dia seguinte um homem no Rio de Janeiro que tentara matar a mulher por estrangulamento. Essa lei leva o nome de uma mulher que já havia sofrido duas tentativas de homicídio por parte do marido, ambas em 1983. A primeira tentativa foi com uma arma de fogo, o que a deixou paraplégica. E a segunda vez foi por eletrocussão e afogamento. Após mais essa tentativa, Maria da Penha encorajou-se a denunciar o marido, que foi punido apenas após 19 anos de julgamento. Para decepção de Maria da Penha e de todas as mulheres brasileiras, o marido ficou apenas dois anos em regime fechado. Mas a impunidade em nosso país é assunto para um outro tópico. 
         Mas existem dois fatores cruciais que impedem que os maridos, namorados, noivos agressores sejam punidos como prevê a lei. O medo e o amor. O fator medo se deve á demora e ao descaso por parte de algumas delegacias de polícia no momento em que se vai fazer um Boletim de Ocorrência. Muitas vezes a mulher se expõe e se arrisca denunciando o agressor. Apesar disso, os boletins não resolvem coisa alguma. Existem histórias de mulheres que já abriram quinze boletins ou mais e ainda assim não conseguiram se livrar de seus pesadelos. Esse motivo é perfeitamente compreensível e também se encaixa no fator Impunidade. O outro fator, e este é preciso um pouco mais de delicadeza para se entender é o fator do amor. Existem mulheres que são constantemente agredidas pelos maridos e quase são assassinadas em algumas dessas vezes, mas nunca o denunciam pelo simples fato de amar o seu "companheiro". 
       Mas em ambos esses casos a única atitude que fará a diferença é a denúncia. Por mais que a justiça tarde em resolver o dilema, sempre é preciso insistir, buscar proteção. O silêncio só permitirá que o agressor se sinta cada vez mais na liberdade de fazer o que quiser. A agressão á mulheres é intolerável até mesmo no âmbito prisional. É uma das atitudes mais covardes que um homem pode ter. As mulheres, em sua natureza são mais frágeis fisicamente, assim como as crianças. Por essa razão, o silêncio nunca será a melhor opção. A denúncia e o não-conformismo com esse tipo de violência sempre será a melhor arma das mulheres.

"Tudo começa com gritos. E nunca deve acabar num grande silêncio."
(Autor desconhecido)

Everton Timóteo

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